sábado, 24 de julho de 2010

SEDENTARISMO E ENVELHECIMENTO

MARCOS ALFREDO NEIVA SOUZA






INTRODUÇÃO

O Sedentarismo segundo dicionário novo Aurélio quer dizer: que anda ou se exercita pouco; inativo. Pois com o processo da industrialização, existe um crescente número de pessoas que se tornam sedentárias com poucas oportunidades de praticar atividades físicas. Diversos autores têm demonstrado associação entre sedentarismo e doenças cardiovasculares. Algumas pesquisas assinalam que o sedentarismo, combinado a outros fatores de risco, contribui para a ocorrência de um conjunto de doenças crônicas, como: diabetes, osteoporose, câncer de cólon, de pulmão de próstata e doenças cardiovasculares. A pessoa que deixa de ser sedentária diminui em 40% o risco de morte por doenças cardiovasculares e, associada a uma dieta adequada, é capaz de reduzir em 58% o risco de progressão do diabetes tipo II, demonstrando que uma pequena mudança no comportamento pode provocar grande melhora na saúde e qualidade de vida.

O Envelhecimento representa as perdas na função normal que ocorrem após a maturidade sexual e continua até a longevidade máxima para os membros da mesma espécie. (HAYFLICK, 1997). O envelhecer, justamente com um estilo de vida sedentário, podem levar ao desenvolvimento de doenças crônicas degenerativas. Através da atividade física, e de outros fatores, podemos retardar o envelhecimento, já que é um processo irreversível.

CONTEXTUALIZAÇÃO

O sedentarismo no envelhecimento tem um risco muito importante, pois como na velhice o idoso e suscetível às doenças crônicas degenerativas. Segundo o (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006) a inatividade física é um dos fatores de risco mais importantes para as doenças crônicas, associadas à dieta inadequada e uso do fumo. É bastante prevalente a inatividade física entre os idosos. O estilo de vida moderno propicia o gasto da maior parte do tempo livre em atividades sedentárias, como por exemplo, assistir televisão.

Entretanto vários fatores estão associados ao sedentarismo: nível sócio-econômico, gênero, contextos ambientais e sociais como o acesso a espaços físicos atrativos. Segundo o (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001) atualmente, campanhas de combate ao sedentarismo recomendam a prática de trinta minutos de atividades físicas na maioria dos dias da semana envolvendo os grandes grupos musculares, podendo ser feita de forma contínua ou fracionada.

Os benefícios da prática de atividade física não se restringem ao campo fisico-funcional e mental dos indivíduos, mas repercutem também na dimensão social, melhorando o desempenho funcional, mantendo e promovendo a independência e a autonomia daqueles que envelhecem. Especialmente entre os idosos, é constatado que a prática de atividade física diminui o risco de institucionalização e o uso de serviços de saúde e de medicamentos (SANTOS, 2001).

Sabe-se que a prática de atividade física traz inúmeros benefícios à saúde entre pessoas de todas as idades. No entanto, grande ênfase tem sido dada atualmente à importância da atividade física na saúde do idoso, tanto para prevenir quanto tratar problemas relacionados com a saúde física e mental.

Os benefícios da prática da atividade física no envelhecimento é recomendado, pois, faz com que os idosos deixem à inércia e movimentem-se, com isso os levando a melhorar o funcionamento corporal, diminuindo as perdas funcionais, favorecendo a preservação da independência, redução no risco de morte por doenças cardiovasculares, manutenção da densidade mineral óssea, com ossos e articulações mais saudáveis.

De todos os sistemas corporais, o sistema neuromuscular pode demonstrar a diferença mais visivelmente dramática entre uma pessoa inativa, completamente sedentária, e uma pessoa que prática atividade física. Os tipos de movimentos que as pessoas fazem em sua s atividades diárias durante toda vida determinarão a qualidade de capacidade funcional que elas podem manter em seu sistema musculoesquelético. Indivíduos que são muito ativos fisicamente e que fazem atividades de força e resistência muscular manterão sua capacidade funcional quando envelhecerem.

O Centro de Estatística para a Saúde estima que cerca de 84% dos indivíduos com idade igual ou superior a 65 anos sejam dependente para realizar suas atividades do cotidiano, com projeções de que até o ano de 2020 haja um aumento da ordem de 84% a 167 % no número de idosos com moderada ou grave incapacidade, constituindo – se no maior risco de institucionalização (NÓBREGA et al., 1999).

Sabe-se que o organismo humano entra em lento processo de degeneração a partir dos 25 a 30 anos de idade; esse processo acarreta a perda gradual da capacidade funcional ocasionando incapacidade para realizar as atividades da vida diária, e são as perdas no domínio cognitivo e as disfunções físicas que contribuem para a redução da independência do idoso. Define-se capacidade funcional como uma autonomia física, traduzindo-se numa independência para realizar as atividades da vida diária, tais como atividades de deslocamento, atividades de autocuidado, atividade ocupacionais e recreativas. Segundo (CALDAS, 1999), para adquirir uma mentalidade preventiva e promover a saúde do idoso é fundamental a evolução e disseminação do conhecimento sobre o envelhecimento [...]. A proposta para os que já são idosos é a de promover a saúde por meio da manutenção ou recuperação da autonomia e independência.

Um dos fatores interferentes na capacidade funcional de idosos é a distribuição de gordura corporal, assim, alterações nesta distribuição (sobrepeso e obesidade) podem estar positivamente relacionadas à redução da capacidade funcional. Os adultos ganham peso e gordura conforme envelhecem, a cada década, esse ganho de peso e acumulo de gordura de um padrão programado geneticamente, de uma mudança de dieta relacionada à idade e atividade física ou de interação entre estes fatores. A maioria das evidencias apontam para uma relação entre peso corporal excessivo e inatividade física.

De acordo como (SPIRDUSO apub MATSUDO, 1992) em relação ao sexo: os homens têm o padrão andróide devido à gordura ser estocada primariamente no tronco, tórax, costas e abdômen, enquanto as mulheres apresentam o padrão ginecoide, caracterizado pelo depósito de gordura no quadril e nas pernas. Esse padrão de distribuição de gordura se mantém com o envelhecimento, mas com diferentes características. No sexo masculino, a gordura subcutânea diminui na periferia, mas aumenta centralmente (tronco) e internamente (vísceras), sendo que 40% do aumento da gordura intraabdominal acontece na quinta década da vida. No sexo feminino, a gordura subcutânea pode permanecer estável até os 45 anos, sendo que o aumento na gordura corporal total acontece, preferencialmente, por acúmulo de gordura corporal interna e intramuscular.

Uma dos estudos mais conclusivos para sustentar a idéia de que os individuo fisicamente ativos vivem mais, foi um estudo de 16.936 alunos formados em Harvard com idade entre 35 a 74 anos (Paffenbarger, Hyde, Wing e Hsieh, 1986 apud Spirduso). Em meados de 1960, esses pesquisadores usaram um questionário detalhado para determinar a saúde geral e os hábitos de vida desses alunos e acompanhá-los até 1978. Neste estudo, o nível de exercício físico foi expresso em calorias gastas por semana, e os homens que gastavam pelo menos 2.000 calorias por semana apresentavam índices de mortalidade 25% a 30% mais baixo do que os que se exercitavam menos. Essa quantidade de atividade equivale aproximadamente a 5 horas de caminhada rápida ou 4 horas de corrida leve por semana. O risco relativo de mortalidade para os alunos sedentários era muito mais alto nas duas faixas etárias mais idosas do que nas duas faixas etárias mais jovens. E inevitável que os benefícios da atividade física e dos exercícios não podem ser guardados para mais tarde. O numero de anos de vida adicionais projetados com base na atividade física são provavelmente prolongados enquanto o individuo permanece ativo. De uma forma geral, deve-se procurar desenvolver exercícios de flexibilidade, equilíbrio e força muscular.

No envelhecimento ocorrem algumas alterações em indivíduos sedentários, como a capacidade aeróbica, medida em VO2max (consumo de oxigênio) começa a declinar depois dos 30 anos, sendo que a taxa media deste declínio é de 0,5 ml/kg/min a cada ano. O declínio no VO2max durante o envelhecimento ocorre por vários fatores, incluindo a perda de massa muscular e o aumento da massa de gordura, a diminuição da freqüência cardíaca máxima e produção cardíaca e a diminuição da capacidade do músculo esquelético em extrair oxigênio durante o exercício [...]. A capacidade anaeróbica diminui cerca de 6% por década e, outra vez, esta diminuição está relacionada com a perda de massa muscular. Esta diminuição ocorre geralmente devido a atrofias seletivas das maiorias e mais fortes fibras tipos II (Fibras de contração rápida) e possivelmente pela perda de unidades motoras do tipo II.

Com a pratica da atividade física, que age sobre a estrutura corporal melhorando os movimentos articulares, fortalecendo a musculatura, melhorando a qualidade dos movimentos cotidianos.

Existem algumas características especiais da força muscular que são mantidas, e outras que sofrem maior declínio, com o processo de envelhecimento. ((De acordo com (SPIRDUSO, 2005) as variáveis que tendem a apresentar padrões mais estáveis são: a) força dos músculos envolvidos nas atividades diárias; b-) a força isométrica; c) as contrações excêntricas; d-) as contrações de velocidade lenta; e-) as contrações repetidas de baixa intensidade; f-) a força de articulação de pequenos ângulos; g-) a força muscular no sexo masculino. No outro lado, sofrem maior declínio com a idade: a) a força muscular dos músculos de atividades especializadas; b-) a força dinâmica; c-) as contrações concêntricas.

A força muscular (isotônica, isométrica ou isocinética) decresce por volta de 2-4% por ano em sedentários em envelhecimento e ocorre por vários fatores: perda de massa muscular, que decresce gradualmente entre 30 e 50 anos de idade e aceleradamente dos 50anos em diante. A perda da massa muscular é associada, evidentemente, a um decréscimo na força voluntária, com um declínio de 10-15% por década, que geralmente se torna aparente somente a partir dos 50 a 60 anos de idade. Dos 70 aos 80 anos de idade tem sido relatada uma perda maior, que chega aos 30% indivíduos sadios de 70-80 anos têm desempenho de 20 a 40% menor (chegando a 50% nos mais idosos). A perda da massa muscular e consequentemente da força muscular é, a nossa ver, a principal responsável pela deterioração na mobilidade e na capacidade funcional do indivíduo que está envelhecendo.

Segundo (SPIRDUSO, 2005), há evidencias de que os membros inferiores são mais atingidos que os superiores, embora saiba-se que a perda da força não acontece de forma proporcional em todos os grupos musculares.

(WORK, 1991). Afirma que 40% das pessoas acima de 65 anos caem pelo menos uma vez no ano por fraqueza muscular e falta de equilíbrio, apresentando lesões e fraturas. Continua ele dizendo que uma pessoa de 80 anos pode precisar de 100% da força do músculo quadríceps para erguer-se de uma cadeira. Enquanto que uma pessoa forte levanta-se em 0,6 segundo, uma fraca pode levar até 6 segundo.

(CARVALHAES et al. 1998). Confirma que a força muscular e a mobilidade articular principalmente nos membros inferiores são essenciais para a manutenção postural. A fraqueza desta musculatura aumenta em cinco vezes o risco de quedas.

Uma das capacidades funcional muito importante e a flexibilidade, onde ela e responsável pela execução voluntária de um movimento, de máxima amplitude, por articulação ou conjunto de articulações dentro dos limites morfo-fisiologicos (Dantas, 1989).

Há necessidade de que contínuos movimentos amplos, preferencialmente em todas as articulações, sejam mantidos para que a perda da flexibilidade ocorra mais tarde possível. Assim haverá continuidade na movimentação das articulações, o que permite a execução das diferentes atividades com mais autonomias. (Carvalhaes et al. 1998). O exercício contribui significadamente para a flexibilidade e estabilidade da articulação, os exercícios de flexibilidade mantêm a elasticidade dos tendões, ligamentos e músculos, assim permitindo uma total amplitude de movimento da articulação.

Segundo (TUBINO, 1980) a musculatura esquelética precisa de uma resistência dos músculos, pois e a qualidade física que permite um continuado esforço, proveniente de exercícios prolongados durante um determinado tempo.

A resistência está associada à velocidade e ao tempo da caminhada e, segundo a mobilidade está associada a ganho na velocidade, que diminui com a idade. Passadas lentas são sinônimos de maior declínio na velocidade, e consequentemente estão associadas ás quedas.

Mudanças no equilíbrio, postura e locomoção são tão comumente observadas nos idosos que acreditar-se que elas sejam sinônimos de envelhecimento, o equilíbrio é outro componente da aptidão física que se perde ao longo dos anos, devido à diminuição da massa muscular, alterações no sistema nervoso e doenças neurológicas. É uma variável importantíssima para diminuir a incidência de quedas.

A postura pode ser descrita como o alinhamento de varias partes do corpo em relação à outra, em um determinado momento. Com o envelhecimento, os discos intervertebrais se tornam progressivamente mais chatos e menos resiliente, e a osteoporose faz com que os ossos fiquem mais porosos.



Através de muitos ensinamentos e exercícios, conseguimos reativar nossas capacidades mentais, culturais e criativas que nos mostra um novo horizonte a ser trilhado com uma nova visão de vida e a certeza de que a terceira idade não é só um privilegio da vivencia e dos conhecimentos adquiridos durante a longa caminhada. Estamos agora mais confiantes e com a certeza de que podemos ser muito útil aos nossos semelhantes e, principalmente a nós mesmo (D.NAZIR apud VERAS, 1997).





CONSIDERAÇÕES FINAIS

Concluindo este ensaio, pode-se afirma que uma proposta de atividade física, desenvolvida no curso do envelhecimento, tende proporcionar possivelmente melhora no estilo de vida saudável dos idosos, permitindo-lhe uma vida fisicamente ativa, com isso deixando o sedentarismo, assim, aumentando a qualidade de movimento e a redução dos efeitos deletérios e perda da capacidade física - funcional. Pois velhice é o somatório de fatores humanos.







REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS



• BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria 687/GM, de 30 de março de 2006. Política Nacional de Promoção da Saúde.

• CAMPOS, Mauricio de Arruda, Musculação: diabéticos, osteoporóticos, idosos, crianças, obesos /Rio de Janeiro: 2º edição, Sprint, 2001.

• CARVALHAES, N.; Rossi, E.; Paschoal, S.; Paschoal, S.; Perracini, N.; Perracini, M.; Rodrigues, R. (1998). Quedas. I Congresso Paulista de Geriatria e Gerontologia - GERP’98 - Consensos em Gerontologia. SBGG. São Paulo. 5-18.

• DANTAS, E. H. M. Flexibilidade, alongamento e relaxamento. Rio de Janeiro: Shape.1989.

• MATSUDO S e MATSUDO V. Prescrição e benefícios da atividade física na terceira idade. Revista Brasileira de Ciência e Movimento. 1992.

• MINISTÉRIO DA SAÚDE. Agita Brasil: guia para agentes multiplicadores. Brasília: Ministério da Saúde; 2001.

• NÓBREGA, A. C. et al. Posicionamento oficial da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte e da Sociedade brasileira de Geriatria e gerontologia: atividade física e saúde no idoso. Rev. Bras. Méd. Esporte, v 5, n. 6, p. 207-211, 1999.

• NOVO AURÉLIO. O dicionário da Língua Portuguesa do Século XXI, Versão 3.0, Editora Nova Fronteira.

• SPIRDUSO, Waneen Wyick, Dimensões Física do Envelhecimento / Waneen W. Spirduso, [tradução Paulo Bernardi, revisão científica Cássio Mascarenhas Robert Pires] – Barueri, SP: Manole, 2005.

• SANTOS L.D Teixeira-Salmela LF, Lelis FO, Lobo MB. Eficácia da atividade física na manutenção do desempenho funcional do idoso: uma revisão da literatura. Fisioter Bras 2001.

• TUBINO, M. G. Metodologia Científica do Treinamento Despotivo. São Paulo: IBRASA. 1980.

• Work, J. O Treinamento da Força. Sprint. 3, . Rio de Janeiro. 1991.

• VERAS, Renato Peixoto, Organizador, Terceira Idade: desafio para o terceiro milênio – Rio de Janeiro: Relume Dumará. Unati / UERJ, (1997).

REFLEXÕES ANTROPOLOGICA SOBRE O ENVELHECIMENTO NO BRASIL

MARCOS ALFREDO NEIVA SOUZA




RESUMO



O momento demográfico por que passa a população brasileira se caracteriza por baixas taxas de fecundidade, aumento da longevidade e urbanização acelerada. Como compreender o envelhecimento em fase atual. Será que a sociedade, a família e o estado, estão preparados para esse novo fenômeno que é o envelhecimento populacional a participação da população maior de 65 anos no total da população nacional mais do que dobrou nos últimos 50 anos; passou de 2,4% em 1940 para 5,4% em 1996. Projeções recentes mostram que este segmento poderá vir a ser responsável por quase 10% da população total no ano 2020. Dentro da distribuição rural urbana dos idosos, os resultados do último censo indicaram que da população idosa, 52% estão no Sudeste concentração muito superior à da população total que correspondeu, em 1991. As mudanças que ocorrem na sociedade brasileira a partir do século XIX trazem valores mais individualistas para a vida familiar e acabam se combinando com a organização e o modo de ser da família colonial. Afirmar-se que a sociedade brasileira ainda não teve tempo de se adaptar as grandes mudanças ocorridas na sua própria população, pois a terceira idade é de fato nova e o idoso ainda está longe de se sentir e de ser realmente integrado em uma comunidade acolhedora, respeitosa de sua maneira de ser. A política pública tem referencia à aposentadoria do idoso, onde em fase ao grande numero de indivíduos atingidos pela aposentadoria, atribuindo às publicações previstas no estatuto do idoso.













PALAVRAS-CHAVE: Envelhecimento; Família; Sociedade; Cultura.



INTRODUÇÃO



O momento demográfico por que passa a população brasileira se caracteriza por baixas taxas de fecundidade, aumento da longevidade e urbanização acelerada. Como compreender o envelhecimento em fase atual. Será que a sociedade, a família e o Estado estão preparados para esse novo fenômeno que é o envelhecimento populacional.

Segundo CAMARANO et alii (1997), A interação destas transformações tem levado a um crescimento mais elevado da população idosa com relação aos demais grupos etários. Por exemplo, a participação da população maior de 65 anos no total da população nacional mais do que dobrou nos últimos 50 anos; passou de 2,4% em 1940 para 5,4% em 1996. Projeções recentes mostram que este segmento poderá vir a ser responsável por quase 10% da população total no ano 2020. Com isto, a proporção da população “mais idosa”, ou seja, há de 80 anos e mais, também está aumentando, alterando a composição etária dentro do próprio grupo, sendo assim precisar-se pensar como cuidar desta crescente população que envelhece.

Dentro da distribuição rural urbana dos idosos, os resultados do último censo indicaram que da população idosa, 52% estão no Sudeste, ou seja, uma concentração muito superior à da população total que correspondeu, em 1991, a 3%.Em compensação, há, proporcionalmente, menos idosos no Norte (4%) e no nordeste (24%) do que no conjunto da população, Isto é, 7% e 30%, respectivamente. O Centro-Oeste também abriga menos idosos, 5% do que seu peso relativo no conjunto das grandes regiões, ou seja

.

Este aumento tem como característica o elevado numero de idoso, que é resultado das altas taxas de fecundidade prevalecente do passado comparado à atual, e a redução da mortalidade. Este fenômeno é conhecido como envelhecimento populacional, pois se da um desfavor da diminuição da quantidade da população jovem do total da população brasileira. A esperança de vida ao nascer da população brasileira foi estimada em 63 anos para os homens e 72 anos para as mulheres para o ano de 1996. Se esta população sobreviver aos 65 anos, o homem pode esperar viver ainda mais 13 anos e a mulher, mais 17. Tomando como exemplo o padrão de mortalidade por causas de 1991, se eliminarmos as mortes masculinas por causas externas e câncer, a esperança de vida aumentaria em quatro anos. Já no caso das mulheres, estas teriam ganhos de sete anos se as mortes por câncer, doenças cerebrovasculares e do coração fossem evitadas. (Camarano, 1997) mantidos as praticas de estilo de vida saudável, presumir que a expectativas de vida mais elevadas ao redor de 75 anos para ambos os sexos, podendo facilmente passar para 90 e 100 anos nas próximas décadas. Contudo estas projeções não se limitam só à população brasileira, mas a partir do século XXI, será um fenômeno mundial .

De acordo com Britto da Motta (2001). Fazer uma análise que se projete em direção ao século XXI, não deixa de ser um desafio, mas constitui-se ao mesmo tempo, em exercício de humanidade, pela experiência de que todas tentativas são sempre desbancadas pela permanente e sempre surpreendentes dinamismo da vida social. Que demonstrou, por exemplo, a inutilidade de boa parte dos passados temores malthusianos, quando encontramos, hoje grande número de países com baixas taxas de fecundidade, até o perigo de não–reposição populacional; ou, por outro lado, uma expectativa da população idosa para o ano 2020 que já está sendo alcançada.

Podemos tornar ainda mais complexo nossa compreensão da realidade, introduzindo as dimensões de gênero e de classe. Homens e mulheres envelhecem de modos diferentes e homem e mulheres são velhos e velhas diferenciados pela posição e situação de classe. Dessa forma vemos que classe, gênero, idade e geração são quatro categorias fundamentais para se compreender os indivíduos em sociedade porque configuram seu contexto histórico e cultural (Britto da Motta apub Lins de Barros1999).

As mudanças que ocorrem na sociedade brasileira a partir do século XIX trazem valores mais individualistas para a vida familiar e acabam se combinando com a organização e o modo de ser da família colonial. Em nosso modelo de família, que combina de forma tensa e conflituosa valores individualistas e a ordem hierárquica, a submissão da mulher persiste [...] Podemos constatar, dessa forma, que elas acompanharam as transformações de idéias e valores sociais em relação ao lugar da mulher e da idosa na sociedade. (Lins de Barros, 2000).

Com o aumento da expectativa de vida, traz alguns aspectos positivos e negativos decorrente deste envelhecimento:

A maior expectativa de vida revela um progresso e o alcance de uma meta há muito desejado pelas gerações que nos antecederam. As conquista médico-sanitárias e a melhoria de serviços de infraestrutura básica parecem as principais responsáveis pelo aumento da média. Simultaneamente se ampliam pesquisas, estudos e ações nos campos da gerontologia e da geriatria, o que permite melhorar a qualidade dos recursos humanos [...] Contudo esta expansão ainda é tímida em face da grandiosidade do crescimento da população idosa brasileira.

Por outro lado, a população que chega a alcançar idade mais elevada encontra dificuldade em se adaptar às condições de vida atuais, pois, além das limitações físicas, psíquicas sociais e culturais decorrente do envelhecimento, sente-se relegado a planos secundários no mercado de trabalho, no seio da família e na sociedade em geral.

Em contradição é agravado por fatores culturais que idolatram o moderno, o novo, o jovem e ridicularizam o antigo e o velho. Assim, o idoso se depara com problemas de rejeição da auto-estima e tende a assumir como verdadeiros os valores da sociedade que o marginaliza (Goldman, 2003).

Afirma (Sinésio, 1999) a sociedade brasileira ainda não teve tempo de se adaptar as grandes mudanças ocorridas na sua própria população, pois a terceira idade é de fato nova e o idoso ainda está longe de se sentir e de ser realmente integrado em uma comunidade acolhedora, respeitosa de sua maneira de ser.

Uma das maiores debate das políticas publicas, se refere à aposentadoria do idoso, onde em fase ao grande numero de indivíduos atingidos pela aposentadoria e como a expectativa de vida é cada vez, mas longa, a passagem dos trabalhadores para a inatividade, trás consigo uma série de modificações profundas no modo de viver das pessoas. O sistema de aposentadoria brasileira é um regime de repartição simples, com prestações bem definidas: as cotizações são divididas entre os assalariados e os empregados. Considerando que é o Estado quem determina as taxas de reposição salarial ao nível macroeconômico, e que uma das preocupações maiores é a “crise da Previdência Social”.



Segundo Veras apud Sinésio (1999, p. 12), trata o envelhecimento na seguinte perspectiva:

O atendimento ao envelhecimento da população é uma aspiração natural de qualquer sociedade, mas tal, por si só não é o bastante. É importante almejar uma melhoria na qualidade de vida daqueles que já envelheceram ou estão no processo de envelhecer. Os países do terceiro mundo, incluindo-se o Brasil, ainda não equacionaram satisfatoriamente as necessidades básicas da infância e defronta-se com a emergência, em termos quantitativos, de um outro grupo etário, também fora da produção econômica a buscar investimentos para atender a demandas específicas.









Atribuindo as publicações previstas no estatuto do idoso os artigos relatam: logo em seu artigo 2º dispõe o diploma legal que “o idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana (...)”, proibindo, assim, qualquer discriminação ou supressão de direitos em razão da idade. No artigo 10 reforça o Estatuto que é dever do Estado e da sociedade garantir-lhes a liberdade, o respeito, a dignidade e todos os direitos civis, sociais e individuais garantidos pela Constituição.





CONSIDERAÇÕES FINAIS





Das reflexões expostas, algumas considerações podem ser destacadas. Como ponto de partida, o crescimento da longevidade no Brasil, onde se precisa ter mais atenção a esta população que envelhecem, através de políticas publicas, integração como a família e a sociedade e cultural.

O momento é de acelerar mudanças, permanentes, pois através de leis, e profissionais que atuem na área da gerontologia e geriatria, procurem buscar uma melhor qualidade de vida do idoso brasileiro.







Referencias.

1 BRASIL. Câmara dos deputados. Estatuto do idoso: Lei Nº 10.741. Brasília:

Câmara dos deputados, publicado pela Secretaria de Saúde do Estado da Bahia.

2003

2 BRITTO da Motta, Alda. Idosos na sociedade brasileira no limiar do século XXI. In: GICO, Vânia; Epinelli, Antonio; Vicente, Pedro. (Org). As Ciências Sociais – desafios do milênio. Natal: EDUFRN, 2001.p.620-633)



3 BRITTO da Motta, Alda. As dimensões de gêneros e de classe social na análise do envelhecimento. Cadernos PAGU. Gênero em gerações. Debert, Guita Grin ( Org) .13, 1999. p.191 -222.



4 CAMARANO, A. A., Beltrão, K. I., Araújo, H. E., Pinto, M. S.

Transformações no padrão etário da mortalidade brasileira em 1979-1994 e

no impacto na força de trabalho. Rio de Janeiro: IPEA, set. 1997 (Texto para Discussão, 512).

5 GOLDMAN, Sara Nigri. Universidade para terceira idade: Uma lição de cidadania. Olinda: Elógica. 2003.



6 LINS de Barros, Miriam Moraes. Testemunho de vida: um estudo antropológico de mulheres na velhice. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas. 2000. p. 113- 168



7 PEIXOTO, Clarice E. família e envelhecimento. Editora: FGV, Rio de Janeiro, 2004.





8 SINÉSIO, Nelia Barbosa Osório. Universidade da Melhor Idade: uma proposta Salesiana para idosos. Campo Grande: UCDB, 1999. P. 165.



9 VERAS, Renato Peixoto, Organizador, Terceira Idade: desafio para o terceiro.

milênio – Rio de Janeiro: Relume Dumará. Unati / UERJ, (1997).