sábado, 24 de julho de 2010

REFLEXÕES ANTROPOLOGICA SOBRE O ENVELHECIMENTO NO BRASIL

MARCOS ALFREDO NEIVA SOUZA




RESUMO



O momento demográfico por que passa a população brasileira se caracteriza por baixas taxas de fecundidade, aumento da longevidade e urbanização acelerada. Como compreender o envelhecimento em fase atual. Será que a sociedade, a família e o estado, estão preparados para esse novo fenômeno que é o envelhecimento populacional a participação da população maior de 65 anos no total da população nacional mais do que dobrou nos últimos 50 anos; passou de 2,4% em 1940 para 5,4% em 1996. Projeções recentes mostram que este segmento poderá vir a ser responsável por quase 10% da população total no ano 2020. Dentro da distribuição rural urbana dos idosos, os resultados do último censo indicaram que da população idosa, 52% estão no Sudeste concentração muito superior à da população total que correspondeu, em 1991. As mudanças que ocorrem na sociedade brasileira a partir do século XIX trazem valores mais individualistas para a vida familiar e acabam se combinando com a organização e o modo de ser da família colonial. Afirmar-se que a sociedade brasileira ainda não teve tempo de se adaptar as grandes mudanças ocorridas na sua própria população, pois a terceira idade é de fato nova e o idoso ainda está longe de se sentir e de ser realmente integrado em uma comunidade acolhedora, respeitosa de sua maneira de ser. A política pública tem referencia à aposentadoria do idoso, onde em fase ao grande numero de indivíduos atingidos pela aposentadoria, atribuindo às publicações previstas no estatuto do idoso.













PALAVRAS-CHAVE: Envelhecimento; Família; Sociedade; Cultura.



INTRODUÇÃO



O momento demográfico por que passa a população brasileira se caracteriza por baixas taxas de fecundidade, aumento da longevidade e urbanização acelerada. Como compreender o envelhecimento em fase atual. Será que a sociedade, a família e o Estado estão preparados para esse novo fenômeno que é o envelhecimento populacional.

Segundo CAMARANO et alii (1997), A interação destas transformações tem levado a um crescimento mais elevado da população idosa com relação aos demais grupos etários. Por exemplo, a participação da população maior de 65 anos no total da população nacional mais do que dobrou nos últimos 50 anos; passou de 2,4% em 1940 para 5,4% em 1996. Projeções recentes mostram que este segmento poderá vir a ser responsável por quase 10% da população total no ano 2020. Com isto, a proporção da população “mais idosa”, ou seja, há de 80 anos e mais, também está aumentando, alterando a composição etária dentro do próprio grupo, sendo assim precisar-se pensar como cuidar desta crescente população que envelhece.

Dentro da distribuição rural urbana dos idosos, os resultados do último censo indicaram que da população idosa, 52% estão no Sudeste, ou seja, uma concentração muito superior à da população total que correspondeu, em 1991, a 3%.Em compensação, há, proporcionalmente, menos idosos no Norte (4%) e no nordeste (24%) do que no conjunto da população, Isto é, 7% e 30%, respectivamente. O Centro-Oeste também abriga menos idosos, 5% do que seu peso relativo no conjunto das grandes regiões, ou seja

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Este aumento tem como característica o elevado numero de idoso, que é resultado das altas taxas de fecundidade prevalecente do passado comparado à atual, e a redução da mortalidade. Este fenômeno é conhecido como envelhecimento populacional, pois se da um desfavor da diminuição da quantidade da população jovem do total da população brasileira. A esperança de vida ao nascer da população brasileira foi estimada em 63 anos para os homens e 72 anos para as mulheres para o ano de 1996. Se esta população sobreviver aos 65 anos, o homem pode esperar viver ainda mais 13 anos e a mulher, mais 17. Tomando como exemplo o padrão de mortalidade por causas de 1991, se eliminarmos as mortes masculinas por causas externas e câncer, a esperança de vida aumentaria em quatro anos. Já no caso das mulheres, estas teriam ganhos de sete anos se as mortes por câncer, doenças cerebrovasculares e do coração fossem evitadas. (Camarano, 1997) mantidos as praticas de estilo de vida saudável, presumir que a expectativas de vida mais elevadas ao redor de 75 anos para ambos os sexos, podendo facilmente passar para 90 e 100 anos nas próximas décadas. Contudo estas projeções não se limitam só à população brasileira, mas a partir do século XXI, será um fenômeno mundial .

De acordo com Britto da Motta (2001). Fazer uma análise que se projete em direção ao século XXI, não deixa de ser um desafio, mas constitui-se ao mesmo tempo, em exercício de humanidade, pela experiência de que todas tentativas são sempre desbancadas pela permanente e sempre surpreendentes dinamismo da vida social. Que demonstrou, por exemplo, a inutilidade de boa parte dos passados temores malthusianos, quando encontramos, hoje grande número de países com baixas taxas de fecundidade, até o perigo de não–reposição populacional; ou, por outro lado, uma expectativa da população idosa para o ano 2020 que já está sendo alcançada.

Podemos tornar ainda mais complexo nossa compreensão da realidade, introduzindo as dimensões de gênero e de classe. Homens e mulheres envelhecem de modos diferentes e homem e mulheres são velhos e velhas diferenciados pela posição e situação de classe. Dessa forma vemos que classe, gênero, idade e geração são quatro categorias fundamentais para se compreender os indivíduos em sociedade porque configuram seu contexto histórico e cultural (Britto da Motta apub Lins de Barros1999).

As mudanças que ocorrem na sociedade brasileira a partir do século XIX trazem valores mais individualistas para a vida familiar e acabam se combinando com a organização e o modo de ser da família colonial. Em nosso modelo de família, que combina de forma tensa e conflituosa valores individualistas e a ordem hierárquica, a submissão da mulher persiste [...] Podemos constatar, dessa forma, que elas acompanharam as transformações de idéias e valores sociais em relação ao lugar da mulher e da idosa na sociedade. (Lins de Barros, 2000).

Com o aumento da expectativa de vida, traz alguns aspectos positivos e negativos decorrente deste envelhecimento:

A maior expectativa de vida revela um progresso e o alcance de uma meta há muito desejado pelas gerações que nos antecederam. As conquista médico-sanitárias e a melhoria de serviços de infraestrutura básica parecem as principais responsáveis pelo aumento da média. Simultaneamente se ampliam pesquisas, estudos e ações nos campos da gerontologia e da geriatria, o que permite melhorar a qualidade dos recursos humanos [...] Contudo esta expansão ainda é tímida em face da grandiosidade do crescimento da população idosa brasileira.

Por outro lado, a população que chega a alcançar idade mais elevada encontra dificuldade em se adaptar às condições de vida atuais, pois, além das limitações físicas, psíquicas sociais e culturais decorrente do envelhecimento, sente-se relegado a planos secundários no mercado de trabalho, no seio da família e na sociedade em geral.

Em contradição é agravado por fatores culturais que idolatram o moderno, o novo, o jovem e ridicularizam o antigo e o velho. Assim, o idoso se depara com problemas de rejeição da auto-estima e tende a assumir como verdadeiros os valores da sociedade que o marginaliza (Goldman, 2003).

Afirma (Sinésio, 1999) a sociedade brasileira ainda não teve tempo de se adaptar as grandes mudanças ocorridas na sua própria população, pois a terceira idade é de fato nova e o idoso ainda está longe de se sentir e de ser realmente integrado em uma comunidade acolhedora, respeitosa de sua maneira de ser.

Uma das maiores debate das políticas publicas, se refere à aposentadoria do idoso, onde em fase ao grande numero de indivíduos atingidos pela aposentadoria e como a expectativa de vida é cada vez, mas longa, a passagem dos trabalhadores para a inatividade, trás consigo uma série de modificações profundas no modo de viver das pessoas. O sistema de aposentadoria brasileira é um regime de repartição simples, com prestações bem definidas: as cotizações são divididas entre os assalariados e os empregados. Considerando que é o Estado quem determina as taxas de reposição salarial ao nível macroeconômico, e que uma das preocupações maiores é a “crise da Previdência Social”.



Segundo Veras apud Sinésio (1999, p. 12), trata o envelhecimento na seguinte perspectiva:

O atendimento ao envelhecimento da população é uma aspiração natural de qualquer sociedade, mas tal, por si só não é o bastante. É importante almejar uma melhoria na qualidade de vida daqueles que já envelheceram ou estão no processo de envelhecer. Os países do terceiro mundo, incluindo-se o Brasil, ainda não equacionaram satisfatoriamente as necessidades básicas da infância e defronta-se com a emergência, em termos quantitativos, de um outro grupo etário, também fora da produção econômica a buscar investimentos para atender a demandas específicas.









Atribuindo as publicações previstas no estatuto do idoso os artigos relatam: logo em seu artigo 2º dispõe o diploma legal que “o idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana (...)”, proibindo, assim, qualquer discriminação ou supressão de direitos em razão da idade. No artigo 10 reforça o Estatuto que é dever do Estado e da sociedade garantir-lhes a liberdade, o respeito, a dignidade e todos os direitos civis, sociais e individuais garantidos pela Constituição.





CONSIDERAÇÕES FINAIS





Das reflexões expostas, algumas considerações podem ser destacadas. Como ponto de partida, o crescimento da longevidade no Brasil, onde se precisa ter mais atenção a esta população que envelhecem, através de políticas publicas, integração como a família e a sociedade e cultural.

O momento é de acelerar mudanças, permanentes, pois através de leis, e profissionais que atuem na área da gerontologia e geriatria, procurem buscar uma melhor qualidade de vida do idoso brasileiro.







Referencias.

1 BRASIL. Câmara dos deputados. Estatuto do idoso: Lei Nº 10.741. Brasília:

Câmara dos deputados, publicado pela Secretaria de Saúde do Estado da Bahia.

2003

2 BRITTO da Motta, Alda. Idosos na sociedade brasileira no limiar do século XXI. In: GICO, Vânia; Epinelli, Antonio; Vicente, Pedro. (Org). As Ciências Sociais – desafios do milênio. Natal: EDUFRN, 2001.p.620-633)



3 BRITTO da Motta, Alda. As dimensões de gêneros e de classe social na análise do envelhecimento. Cadernos PAGU. Gênero em gerações. Debert, Guita Grin ( Org) .13, 1999. p.191 -222.



4 CAMARANO, A. A., Beltrão, K. I., Araújo, H. E., Pinto, M. S.

Transformações no padrão etário da mortalidade brasileira em 1979-1994 e

no impacto na força de trabalho. Rio de Janeiro: IPEA, set. 1997 (Texto para Discussão, 512).

5 GOLDMAN, Sara Nigri. Universidade para terceira idade: Uma lição de cidadania. Olinda: Elógica. 2003.



6 LINS de Barros, Miriam Moraes. Testemunho de vida: um estudo antropológico de mulheres na velhice. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas. 2000. p. 113- 168



7 PEIXOTO, Clarice E. família e envelhecimento. Editora: FGV, Rio de Janeiro, 2004.





8 SINÉSIO, Nelia Barbosa Osório. Universidade da Melhor Idade: uma proposta Salesiana para idosos. Campo Grande: UCDB, 1999. P. 165.



9 VERAS, Renato Peixoto, Organizador, Terceira Idade: desafio para o terceiro.

milênio – Rio de Janeiro: Relume Dumará. Unati / UERJ, (1997).

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